quarta-feira, 24 de outubro de 2012

fotografia e eu, nos últimos tempos...

Hoje soube que uma pessoa que eu conheço está a tirar um curso profissional de fotografia. Aliás, está a tirar "o" curso profissional de fotografia. Sim, aquele em específico que eu queria tirar.
Senti uma pontada de inveja, confesso. Mas o curso é muito caro (ronda os 5400 euros) e eu recuso-me terminantemente a sequer pedir aos meus pais que o financiem. Eles já me deram um curso superior, não vou pedir outro. Também não sei se eles aceitavam pagar-mo eheheheh Mas essa questão nem se põe.

Visto isto, resta-me guardar isso para os projectos futuros, se algum dia tiver oportunidade. Nos entretantos, posso aprender muito sozinha. Mas ser autodidacta custa muito; é preciso muita força de vontade, algum talento, algum esforço também... Pelo menos a mim custa-me aprender coisas de raiz sozinha. Depois, gosto de evoluir sem esperar que me levem sempre ao colo. Mas começar é do catano. E aprender fotografia não é tão simples como parece. Requer muito treino, estudo, muitas horas a ver livros e sites de fotografia para nos inspirarmos, muitas horas a ler sobre técnicas, muitas horas a experimentar com a câmara.

Ora é aí que está o meu maior problema. Eu adoro fotografia (talvez derivado das vezes incontáveis a ver fotografias que o meu pai tirava ainda com a máquina analógica e das sessões a ver slides à moda antiga, quem sabe) mas desleixo-me e baldo-me ao estudo.

Num acesso de nostalgia, fui ver a minha (mini)galeria no Olhares, a qual já não actualizo há meses (shame on me). Vi então a primeira foto que coloquei e que já não me lembrava qual era. Chama-se "Para os sonhos, o céu é o limite", mote do dia em que um grande amigo me incentivou (e quase obrigou eheh) a criar a conta no site. Quando lá pus essa foto, acreditei que era verdade, que é mesmo possível sonhar com coisas difíceis de realizar. Como me esqueci entretanto é que já não sei muito bem. E tenho vergonha disso, de me ter esquecido, de nunca mais ter actualizado a galeria e de nem tirar quase fotos nenhumas nos últimos meses. Se o meu amigo chegar a ler isto, vai ralhar comigo. E vai fazer muito bem... :/

Não temos todos as mesmas oportunidades, mas é preciso fazer o melhor que pudermos com o que temos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Outono

Sempre associei o Outono ao recomeço. É um paradoxo, talvez. Afinal, o Outono é a estação em que se vai o calor, as folhas, as festas do Verão, as férias e a Natureza como que se volta para dentro, se é que me faço entender. É a estação de armazenar, colher os frutos, preparar para as dificuldades inerentes ao Inverno. E é aqui que eu vejo o recomeço.

Desde sempre associei o Outono ao voltar à escola, como não podia deixar de ser, uma vez que estudei quase 20 anos (arreeeee!). Ora pois eu sempre gostei da escola (pelo menos no início do ano eheh). Gosto de aprender. Gosto realmente de aprender! E gosto muito que me ensinem. Só não gosto de ser avaliada. Mas isso é conversa para outro dia.

Ainda recordo bem alguns dos trabalhos que fiz na escola primária no início do ano, em que pintavamos bonecos a ir para a escola, árvores de fruto, colavamos pedaços de folhas... E depois a expectativa de aprender coisas novas, diferentes, de evoluir. E além disso, o cheiro dos livros novos e cadernos por estrear, o cheiro dos lápis acabados de afiar...

Mas o Outono não é só escola.

Outono foi e será sempre as folhas incríveis do diospireiro maior da Fonte Lisboa espalhadas pelo chão, o meu pai empoleirado no escadote a apanhar os diospiros e a minha mãe e irmã a arrumarem-nos cuidadosamente nos baldes. E eu vidrada nas folhas...

Outono foi e será sempre a figueira que havia ao fundo das escadas de cima, enorme, e nós todos a apanhar os figos e a comer na hora metade deles.

Outono foi e será sempre o sabor das castanhas assadas e a imagem das videiras alinhadas em sebe pelo quintal fora.

E as folhas, sempre as folhas espalhadas pelo chão da cidade, da aldeia, dos quintais. E eu vidrada a olhar para elas na Fonte Lisboa, no jardim atrás da minha casa, no caminho para a escola primária, a caminho da Universidade, toda a vida vidrada nas folhas com cores outonais.

Outono foi e será sempre as manhãs como a de hoje, em que a chuva da noite liberta os cheiros todos das plantas e da terra pela manhã, o céu está cheio de nuvens mas ainda deixa o sol espreitar de vez em quando, está uma temperatura que ainda permite andar de manga curta e um casaco leve. Juro que me senti em harmonia com a Natureza, nem que tenha sido só por instantes; e desse sentimento só podem vir coisas boas.

Sem dúvida que é a minha estação do ano preferida.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Só para partilhar alguma coisinha sobre...

...o assunto do momento: impostos.

Eu não vou ficar sem subsídio de férias nem de Natal. Não vou ficar porque nunca os tive. Nunca, nunquinha. Aliás, eu nem tenho direito a férias. Quando queria fazer férias, não ia trabalhar e portanto não recebia (era assim na Fábrica); agora, o chefe do laboratório é simpático e dispensou-me uma semaninha no fim de Agosto sem eu ter de me pôr de joelhos. Bem bom.

Além desta coisa dos subsídios, desconto a partir de Outubro (quando se me acaba a isenção) cerca de 31% do meu ordenado só para a Segurança Social. Não, não é 11% que passou a ser 18%, é mesmo 29,6% que passou a ser 30,7%. Um terço do ordenado, vá.

Uns trocos, lá para o Passos, concerteza. Para mim, um constatar do quanto vou ter de adiar "mais um bocadinho, só mais um bocadinho, só mais uns meses".

Mas nem me quero queixar disto. Afinal de contas, tenho emprego. A meio tempo quase todos os meses, é certo, mas tenho emprego e até gosto do que faço. Quantos podem dizer isto, hoje em dia? Há tantos como eu e tantos pior que eu!

Não deixa de ser triste para todos nós e nem vou começar a falar do quanto considero injusto tudo isto, porque senão estava aqui a escrever a noite inteira. Hoje estou mais numa de positivismo. Ou melhor, de agradecimento. Não é ao Passos, concerteza, nem ao Socas, esse badalhoco que nos deixou de tanga. Mas ainda me consigo sentir agradecida pelo que vou tendo, material e imaterial (sobretudo este último).

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Porquê? Porquê? Porquê?

Há coisas que não são por acaso. No meio de tanta pergunta estranha a pedir para explicar coisas difíceis de perceber, a mim foi logo calhar-me uma tirinha de papel cheia de "Porquê? Porquê? Porquê? Porquê?", simplesmente. Ora logo a mim, que passo a vida a pensar "Porquê?" e raramente obtenho respostas satisfatórias (pelo menos em tempo útil). Na altura, ao ler o papelinho, dei uma gargalhada por ter acertado em cheio, e o resto da malta riu-se do absurdo da minha tirinha de papel. Hoje em dia, passado um ano, concluo que não evoluí quase nada nesta matéria. Continuo no "Porquê? Porquê?", numa tentativa de racionalizar quase tudo para que as dúvidas não sejam tão grandes, para que os sentimentos não sejam tão avassaladores, para tentar aceitar coisas que escapam à minha vontade e ao meu entendimento.

Sou uma tonta. Uma tonta cheia de porquês. Mas de vez em quando lá vou tendo algumas respostas. Pelo menos sei porque fui guiada a pôr a cruzinha no quadradinho que me levou ao momento em que tirei aquele papelinho do monte. E ainda bem que tudo aconteceu assim :)

Mas às vezes dá vontade de jogar o jogo do copo e perguntar à Princesa Diana ou ao Kurt Cobain porque raio aconteceu isto ou aquilo! Porquê?!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

...

Foi com um certo buraquito no peito que hoje tomei o teu lugar, T.

Hoje estou sentada no teu cantinho... Tomei a liberdade de o fazer, pois fui a primeira a chegar e achei que não te importarias muito :)

Mas apesar do tal buraquito, já chega de choradeira :P Hoje está sol. Hoje tem de estar sol para mim e para ti! Porque fim implica início, e início significa esperança, e a esperança representa sempre algo de bom! Para mim e para ti, tenho a certeza absoluta! :D

Beijinho pra ti, T.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Animal social

"Não tenho amigos, por isso não vou fazer festa nenhuma."

Quão deprimente pode isto ser?! Sobretudo se for dito com um encolher de ombros desligado.

Como é possível que alguém viva bem assim? E no entanto, cada vez mais me parece que há de facto quem viva bem assim. Pois bem, para mim isto é uma aberração, sem tirar nem pôr. Uma pessoa a quem o namorado ou marido chegue para preencher a vida, é uma aberração. Pronto, cada um sabe de si, mas que acho no mínimo pouco natural, acho. Afinal de contas, somos um animal social, do ponto de vista da biologia :P
Na verdade, a minha opinião é mesmo essa que comecei por expressar. Começo a imaginar a minha vida sem amigos nenhuns e quase me dá uma coisinha só de pensar nisso. Olhem que há-de ser uma vidinha muito sem sal... É o que me parece. Todos os dias pai-mãe-namorado/marido. Medo, muito medo!! Todos os dias a ver as mesmas caras, a aturar as mesmas manias, a mesma rotina. E para trocar ideias e opiniões, distrair das agruras da vida, celebrar as alegrias, como se faria? Ahh, claro, há o mais-que-tudo... E se alguma vez o dito cujo me falhar, viro-me para onde? Para os amigos que um dia tive, há muitos anos atrás? Aqueles com quem partilhei a adolescência mas dos quais me perdi entretanto porque deixaram se ser essenciais? Aqueles a quem não falo, ou que encontro casualmente e com quem troco um "Olá" porque assim exigem as regras de etiqueta? Quando estiver mal com o mundo e o rapaz estiver ocupado ou não estiver para aturar o meu mau-humor, falo com quem? Com as orquídeas do jardim? Bom, bom, é se for com o amigo imaginário; ao menos esse nunca abre a boca para me contrariar...

Sabem que mais? Não vale a pena estar aqui a dissertar sobre isto. Não consigo sequer imaginar-me a viver dessa forma. Simplesmente, não me cabe na cabeça.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Uma espécie de regresso

Nem quero acreditar há quanto tempo não escrevo aqui.

Agora reparo quão longa já vai esta fase de "desinspiração" que me leva a simplesmente actualizar o estado no Facebook com duas ou três linhas (e mesmo assim, raramente), sem conseguir fazer como antes e organizar um texto mais ou menos lógico.

De qualquer forma, acho que ainda não vai ser hoje. Inspiração é coisa com que não estou, isso é certo. Ou paciência. Ou vontade, simplesmente, de desenrolar o novelo e pôr tudo por escrito.

Há dias assim, em que coisas divertidas se transformam em preocupações; em que todas as frases que nos saem da boca parecem tortas; em que se pressente coisas más e desilusões; em que se espera pelos outros de coração arranjado, vestido e bonito (como a Raposa) e eles não aparecem. Há dias assim, bons para adensarem novelos daqueles que às vezes se têm no peito.